A Arte é um dos nossos últimos refúgios...

A arte é um dos nossos últimos refúgios. Como tal, este será sempre o local ideal para perscrutar o que a paciência vai esculpindo por entre o silêncio. Somos testemunhas daqueles que pegam nos dias e os desconstroem na fina filigrana da música, da pintura, da escultura, da dança, do cinema, do teatro, da literatura... Tantos que dia ante dia, noite após noite, nos esculpem novos significados, nos despertam os sentidos e nos desafiam para distintas abordagens ao quotidiano. A arte como o recompor da existência, como um realinhar entre o que é e o que deveria ser, como a perfeita tradução daquilo que nos alenta, que nos orienta, que nos tranquiliza, mas, também, daquilo que nos sobressalta e interpela. 

José Freire pertence a este núcleo de quem quer percorrer um outro caminho por entre os dias; aquela estreita vereda que se desenha por entre finas malhas tempo. A partir do azulejo, daquela matéria original, realça novas perspetivas através da soma de fragmentos finitos e caóticos. E destes objetos indistintos e aparentemente desprovidos de qualquer sentido traduz-se, por fim, a lógica de onde brotam as emoções. 

José Freire pertence, pois, a esta dimensão de exceção, porque nos ajuda incansavelmente, há 25 anos, a encontrar aquele recanto da existência onde ainda nos deslumbramos. 

O nosso refúgio, fragmento após fragmento.

 

Nuno Francisco

Professor da UBI e director do Jornal do Fundão 

Obra em destaque

LIVRO 25 Anos a Alicatar Azulejo com "Outra Arte", para mais informações envie e-mail para:

a.z.veiga.freire@gmail.com

Algumas imagens do lançamento do Livro