Há uns anos, ao passar no Fundão em frente do Café Cine, Jose Freire ( nome artístico de Veiga Freire ), então ainda exercendo a sua profissão de bancário, mostrou-me algumas fotografias de peças executadas nas suas horas livres, pela técnica do azulejo alicatado.
“ Esta técnica secular, consiste no corte por turquez, de placas de barro cozido e esmaltado em pedaços pequenos, de formas geométricas variadas, usados depois para compor desenhos policromos regulares, destinados a colocação de pavimentos.
Este processo surgiu em Sevilha, no Sec. XIII, trazida pelos artifices mouros do Reino Muçulmano de Granada e perdurou até ao século XV, embora o seu uso tardio tenha sido esporádico no fim do século XVI a meados do século XVII. Como exigia muita perícia e delicadeza, além de morosa e despendiosa, esta técnica acabou por se perder no tempo. “
Neste ano de 2016, faz 25 anos que José Freire, iniciou por brincadeira, como ousa dizer, a execução de painéis que posteriormente veio colocar numa parede junto , á sua piscina.
Cedo foi incentivado para executar quadros, para oferta de aniversários e até de eventos.
Como autodidata, foi através do estudo e observação de várias técnicas e formas de trabalhar o azulejo, que desenvolveu a sua própria arte, tornando-a genuina e única.
Com grande sensibilidade e arte, em cada pequena peça monocromática faz parte de um conjunto policromático que pode ser mais ou menos complexo, presenteia-nos com reproduções de quadros de grandes pintores – Picasso, Matisse, Júlio Resende, etc.
Assim se pode observar uma Guernica, um D. Quixote e Sancho Pança, figuras da Literatura Portuguesa, como Fernando Pessoa ou uma colcha e Castelo Branco e até uma cadeira ou um manequim.
Francisco Manuel Elias
Médico e Coleccionador de Arte